fbpx
Gastrostomia - Dr. Aldo Melo

GASTROSTOMIA EM CRIANÇAS

Algumas crianças, principalmente com algum déficit neurológico, não conseguem deglutir alimento adequadamente, mesmo com todo o cuidado e atenção de seus familiares. Há pessoas que já possuem estes “engasgos” graves logo após o nascimento, outras apresentam piora do quadro com o passar do tempo ou por doenças que adquirem ao longo da vida. Tais alterações podem ocasionar pneumonias por broncoaspiração de repetição, com risco de morte.

Nestas situações, a avaliação multiprofissional com profissionais experientes irá determinar a viabilidade ou não de manter a alimentação normal por via oral nos meses seguintes. Caso não seja viável, considera-se uma via alternativa para administração da dieta que, na maioria dos casos, consiste em uma gastrostomia.

Gastrostomia é a colocação de um tubo (sonda) diretamente dentro do estômago, através do qual a dieta (alimento) é administrada.

De acordo com a idade e situação clínica da criança ou adolescente (por exemplo, presença de doença do refluxo gastroesofágico grave associada, status nutricional e/ou alterações na coluna), a gastrostomia poderá ser realizada pelas seguintes formas: acesso endoscópico exclusivo ou por videocirurgia (acesso minimamente invasivo). 

Cada técnica apresenta riscos e benefícios: alguns comuns e outros específicos. Com isso, o paciente (ou família, em caso de paciente menor ou incapacitado), previamente esclarecido, participará da decisão junto com a equipe, sobre o tipo de abordagem a ser empregada para confecção da gastrostomia.

No momento do procedimento ou após algumas semanas, é possível passar a utilizar um botão de gastrostomia (“bottom”) no lugar da sonda de gastrostomia usual. O botão costuma trazer mais conforto para o paciente, uma vez que o extensor de administração da dieta só é conectado nos momentos das refeições ou uso de medicações. Tanto a sonda quanto o botão de gastrostomia necessitam de troca com uma certa periodicidade. Tal permuta não necessita de novo procedimento cirúrgico ou anestesia geral (exceto a primeira de algumas gastrostomias realizadas por acesso endoscópico exclusivo).

Importante lembrar que, mesmo após a realização da gastrostomia, a maioria destes pacientes necessita de seguimento com equipe multiprofissional. A atuação de um fonoaudiologista, por exemplo, é importante para manter estímulo à deglutição, mesmo que nenhuma dieta seja mais administrada pela via oral. Apenas a saliva pode levar a quadros de broncoaspiração. Além disto, há pacientes que recuperam a capacidade de ingerir adequadamente por via oral e a gastrostomia é retirada. Em alguns casos, a atuação inclusive complementar de um médico com especialização em distúrbios orofaringeos graves (normalmente ligados à otorrinolaringologia) auxilia na condução destes pacientes.