Derrame pleural associado a pneumonia em criança
Em crianças, alguns quadros de pneumonia podem se associar a liquido (derrame) com infecção ao redor do pulmão acometido (espaço pleural). Essa situação se chama empiema pleural.
Em algumas crianças, este derrame se apresenta em pequeno volume e pode ser tratado apenas com o uso dos antibióticos que já são empregados para a pneumonia em si. No entanto, por vezes, o derrame se torna de maior volume podendo causar comprometimento do quadro pneumônico e, portanto, necessita de tratamento além do uso de antibioticoterapia venosa pelo cirurgião pediátrico.
O empiema pleural de volume significativo pode se apresentar como um líquido fluido, permitindo que uma drenagem cirúrgica simples o trate adequadamente.
No entanto, em estágios mais avançados e graves, o líquido purulento já é mais espesso e acomoda-se dentro de lojas (delimitadas por septações), dentro do espaço pleural e apenas uma drenagem convencional não será suficiente. É importante que adicionalmente ou sejam administradas substâncias no interior do dreno (fibrinolíticos) ou realizada uma intervenção cirúrgica por videotoracoscopia (“toillet pleural” ou descorticação pulmonar por videocirurgia) para proceder à limpeza adequada da região. Se o tratamento for instituído em tempo inicial, o uso do fibrinolítico se torna prioritário frente à cirurgia, por apresentar resultados similares com menor grau de intervenção sobre a criança.
Em outros casos ainda mais graves, a pneumonia pode cursar com áreas de perda importante de tecido pulmonar, caracterizando o que se chama de pneumonia necrosante (outrora chamado abscesso pulmonar). Nestes quadros, a conduta em crianças é bem distinta de quadros similares em adultos. Em Pediatria e Cirurgia Pediátrica, atua-se da forma mais conservadora possível, no sentido de não piorar o dano através de intervenções cirúrgicas agressivas, considerando também que o potencial de recuperação destas lesões em crianças é maior que em adultos.
Com o intuito de definir melhor quadros de pneumonia complicada, notadamente com derrame pleural ou padrão necrosante, podem ser necessários, além da radiografia de tórax convencional, ultrassonografia (US) ou tomografia computadorizada (TC) de tórax. Em casos de empiema em crianças, busca-se o emprego prioritário da US com médico radiologista com experiência em crianças, para evitar ou minimizar empregar TC que possui radiação. Já em situações de pneumonia necrosante, a TC traz maiores informações que a US para a definição de conduta.
Nas situações em que há potencial necessidade de intervenção no empiema pleural e/ou pneumonia necrosante, o pediatra (seja geral, pneumologista pediátrico ou intensivista pediátrico) solicita avaliação de um cirurgião pediátrico para que juntos decidam a melhor conduta para a criança em questão.
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