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DILATAÇÃO DO TRATO URINÁRIO EM CRIANÇAS

Dilatação do trato urinário (Hidronefrose) em crianças

Dilatação do trato urinário (também conhecida como hidronefrose) representa aumento do diâmetro de regiões do rim que atuam na eliminação da urina. Muitos, fora da área de saúde, se referem à hidronefrose como rim “inchado” ou “aumentado”. Na realidade, nem todo aumento do tamanho ou volume do rim ocorre por hidronefrose.

A dilatação do trato urinário pode ser diagnosticada ainda no período intrauterino, através da ultrassonografia (US) prenatal. Nestes casos, o obstetra usualmente já contacta o cirurgião pediátrico, ainda durante a gestação, no sentido de planejar a conduta. Em alguns casos, por exemplo, pode haver indicação de antecipação do parto. Nos casos de hidronefrose grave com acometimento importante de ambos os rins, a US obstétrica revela também redução do líquido amniótico (oligoâmnio). Em alguns raros casos, poderá até se discutir sobre realizar ou não intervenção no bebê ainda dentro do útero, antes de nascer. Felizmente, a maioria das crianças com dilatação do trato urinário isolada evoluem bem durante a gestação e, mesmo, ao final de toda a avaliação após nascer, não precisarão ser operadas. Parte destas dilatações diagnosticada no prenatal representam alteração transitória que desaparecem após o nascimento.

O diagnóstico precoce da dilatação do trato urinário pode prevenir infecção do trato urinário e, quando necessário,  possibilita a intervenção operatória sobre o trato urinário, antes de o rim da criança progredir com perda de função significativa.

A hidronefrose em crianças pode ser ainda diagnosticada apenas após o nascimento. Nessas situações, o diagnóstico pode ocorrer pela identificação de uma massa palpável (simulando um tumor) no abdome da criança, o que representa o próprio rim hidronefrótico. Em outras, a criança pode apresentar infecção urinária febril e a dilatação do trato urinário ser identificada por US solicitada para investigar a causa dessa infecção. E, por último, a criança pode realizar, por outro motivo qualquer, uma US de abdome e a dilatação do trato urinário ser detectada casualmente (achado incidental).

Crianças com hidronefrose necessitam de avaliação ultrassonográfica detalhada, de preferência, por médico radiologista com experiência em Pediatria. Em recém-nascidos, por exemplo, há nuances distintas da hidronefrose em adultos. A partir da avaliação clínica, de exames de sangue e/ou urina e da US, o médico (pediatra geral, nefrologista pediátrico e/ou cirurgião pediátrico, entre outros) avalia e pondera a necessidade de realização ou não de outros exames para esclarecer a causa e as repercussões da hidronefrose. Neste sentido, há diversos exames que ajudam na investigação do trato urinário como análises do sangue e urina diversos, radiológicos (ex: uretrocistografia miccional, urografia excretora, urorressonância), endoscópicos (ex: uretrocistoscopia), de Medicina Nuclear (ex: cintilografia renal – DMSA ou DTPA) e de avaliação dinâmico-funcional da bexiga (ex: urodinâmica, ultrassonografia dinâmica).

A conduta na dilatação do trato urinário em Pediatria e suas várias etiologias pode variar desde apenas o acompanhamento clínico da criança (com ou sem US), passando por uso de medicações por um determinado período até a realização de operações.

Entre as causas possíveis de dilatação do trato urinário, estão a estenose de JUP, refluxo vesicoureteral, ureterocele, duplicidade pielocalicial, megaureter primário, válvula de uretra posterior e bexiga neurogênica.

É comum que o nefrologista pediátrico atue em conjunto com o cirurgião pediátrico em crianças com dilatação do trato urinário que venham a necessitar de conduta cirúrgica.

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