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CIRURGIA MINIMAMENTE INVASIVA EM PEDIATRIA

A Cirurgia Minimamente Invasiva (CMI) é uma via de acesso ao sítio operatório alternativa ao acesso convencional que é passível de ser utilizada em crianças, incluindo lactentes.

No lugar de uma incisão única, por vezes, ampla (acesso convencional), são realizadas pequenas incisões (3, 5 ou 10mm). Através destas, são introduzidos uma ótica e instrumentos que permitem o manuseio dos órgãos na região ser operada.

A ótica é acoplada a uma câmera de alta resolução e a imagem projetada em uma tela específica para este fim. A magnificação da imagem traz maior segurança ao possibilitar melhor visualização a das estruturas a serem abordadas.

Quando realizada no abdome, chama-se cirurgia por videolaparoscopia e, no tórax, por videotoracoscopia.

A literatura médica tem demonstrado que a CMl é via de acesso preferencial ou opção a ser considerada para a realização de diversos procedimentos cirúrgicos em crianças. Ela não se restringe a um mero detalhe cosmético. Em várias situações, em crianças, permite resultados iguais ou superiores ao acesso convencional, relativo a fatores como resposta inflamatória, dor e íleo paralítico pós-operatórios, taxa de infecção, tempo de internação e retorno às atividades normais, bem como incidência de complicações tardias, como formação de aderências.

Cirurgia Pediátrica Assistida por Robótica

Mais recentemente, é possível realizar procedimentos de CMI também auxiliada por robô.

Na Cirurgia Pediátrica Assistida por Robótica, uma plataforma robótica auxilia o cirurgião pediátrico a realizar a cirurgia, oferecendo não apenas uma visualização de maior qualidade das estruturas (por magnificação e imagem em 3D), mas maior precisão e delicadeza na manipulação dos tecidos.

Algumas doenças do trato digestório, urinário e respiratório em crianças são passíveis de serem tratadas com o auxílio da tecnologia robótica. 

Cirurgia minimamente invasiva (videocirurgia e/ou assistida por robótica) em crianças:

  • Colecistectomia: retirada da vesícula biliar para tratamento de cálculo biliar (“pedra na vesícula”)
  • Correção de doença do refluxo gastro-esofágico
  • Gastrostomia: colocação cirúrgica de sonda no estômago para alimentação
  • Esplenectomia: retirada do baço
  • Herniorrafia inguinal: correção de hérnia inguinal
  • Nefrectomia (retirada do rim) parcial ou total
  • Pieloplastia: para tratamento de alguns casos de estenose de JUP (hidronefrose)
  • Abordagem de testículo intra-abdominal
  • Adrenalectomia: retirada da glândula adrenal
  • Apendicectomia: retirada do apêndice, por exemplo, em situação de apendicite aguda
  • Tratamento cirúrgico de lesões ovarianas
  • Biópsias de lesões intra-abdominais ou intra-torácicas
  • Correção de hérnia diafragmática
  • Tratamento cirúrgico de cisto de colédoco
  • Abordagem de derrames pleurais complicados

A necessidade de intervenção operatória sempre dependerá primariamente da condição clínica da criança e da doença a ser tratada, sendo a via de acesso e técnica cirúrgica a serem utilizadas passos consecutivos. Por exemplo, há situações em que a CMI não deve ser empregada como via de acesso e a abordagem convencional se impõe.

Em qualquer procedimento cirúrgico (independente da via de acesso empregada), há sempre variáveis e limitações individuais (profissionais e pacientes) e dos e equipamentos, de tal sorte que mesmo uma significativa experiência cirúrgica e a mais sofisticada tecnologia não eliminam por completo o risco de complicações.

Considerações importantes:

É importante lembrar que, independente da via de acesso a ser empregada (convencional, minimamente invasiva clássica ou assistida por robótica), todo procedimento operatório necessita ter uma indicação (motivo) definido e adequadamente esclarecido e pactuado entre equipe médica, paciente e familiares.

Em consulta médica, após avaliação clínica cuidadosa, se houver indicação de cirurgia, será informado qual(is) via(s) de acesso cirúrgico se aplica(m) à condição da criança.

Caso indicado, Dr. Aldo Melo e equipe oferecerão, além do acesso por via convencional, as abordagens por videocirurgia clássica e/ou cirurgia robótica.

Bibliografia:

– Cundy TP et al. The first decade of robotic surgery in children. J. Pediatr. Surg., 2013.

– Blinman, T & Ponsky, T. Pediatric Minimally Invasive Surgery: Laparoscopy and Thoracoscopy in Infants and Children. Pediatrics, 2012.

– Sheth, KR et al. Minimally Invasive Surgery in Pediatric Urology: Adaptations and New Frontiers. Urol. Clin. North Am., 2018.

– Melo-Filho, AA. Cirurgia Minimamente Invasiva: apenas um detalhe cosmético ou benefício real e factível para a criança? Rev. Saúde Criança Adolesc, 2009.

– Melo-Filho, AA et al. Esplenectomia Laparoscópica nas Doenças Hematológicas. Rev. Col. Bras. Cir., 2003.

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